INSÔNIA
“Calor,
calor, calor...
Calor,
um calor enlouquecedor e eu suava “bicas” olho para o relógio com seu tic-tac
enlouquecedor e vejo para meu terror que ainda era madrugada.
Fico
me mexendo na cama da loucura não achando uma posição á altura de meu sono
perdido. Inquietação! Com o travesseiro não encontro uma posição na cama dura
um velho colchão que só faziam aumentar meu tormento.
Calor...
Oh
maldito sejas pernilongo usurpador! Pois como se não bastasse meu sangue a
roubar ainda tenho de agüentar seu zunido de vitória. E isso só aumenta meu total desalento, como
se não bastasse meu sofrimento com este calor. Ainda isso!
No
quarto apenas a vela acessa e um relógio sobre a mesa me fazia companhia nesta
minha agonia. Pois afinal onde estava o dia que me negava seu aparecimento e
que me livraria deste tormento.
Acompanho
descompassado o minuto no relógio atrasado da loucura, e com isso fico
contente, pois para mim as horas passam diferentes dos outros. Desta forma são
poucos que se sentem aludidos pelo calor e persuadidos pelo terror da solidão
da insônia.
Calor, calor, calor...”
(Sidney Leal)