Saudações tenebrosas...

Você ultrapassou o portal da realidade... Seja bem vindo(a) á um mundo onde os contos criam vida, mesmo quando falam de morte...

Sidney Leal

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Mistério dos últimos dias do escritor Edgar Allan Poe inspira trama de assassinatos de "O Corvo"



Ainda não assisti, mas este filme serve como homenagem ao Mestre Edgar Allan Poe!

Mistério dos últimos dias do escritor Edgar Allan Poe inspira trama de assassinatos de "O Corvo"

Luiz Vita
Do Cineweb, em São Paulo*

  • John Cusack em cena de O Corvo, de James McTeigue
    John Cusack em cena de "O Corvo", de James McTeigue
Depois do sucesso de "V de Vingança", cuja máscara do personagem virou símbolo dos manifestantes contra a crise econômica mundial, o novo filme do diretor James McTeigue, "O Corvo", era aguardado com muito interesse. Não era para menos, pois no centro da trama está o escritor Edgar Allan Poe, transformado em detetive para identificar um serial killer que praticava crimes inspirado em obras do mestre da literatura de horror.

O filme começa justamente pouco antes da morte de Poe (John Cusack), encontrado em estado catatônico em um parque de Baltimore. A ação recua e somos apresentados ao escritor, de personalidade difícil, viciado em álcool e com problemas financeiros. Ele já é um autor conhecido, preocupado agora com a produção de obras mais introspectivas, mas o editor de um jornal sensacionalista o pressiona a voltar a escrever histórias de terror.
O filme, ambientado no século 19, com uma boa caracterização de época, tem até um bom ponto de partida, mas não chega perto da inventividade e não possui a força do trabalho de 2005, baseado na graphic novel de Alan Moore. E não foi por falta de um bom modelo, pois Poe continua sendo um marco da literatura fantástica e sua morte misteriosa, aos 40 anos, ainda alimenta uma série de teorias.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

“As Faces da Moeda”

Quando o despertador tocou avisando que era cinco horas da manhã, Carlos Augusto Macedo o olhou pensativo, fazia pouco mais de uma hora que estava acordado. Estava sentado em sua cama olhando o brilho de seu revolver na mesinha do quarto. Levantou–se enquanto guardava cuidadosamente sua farda na bolsa, olhando para a tarjeta que o identificara e onde se lia “Sargento Macedo”. Colocou sua arma por dentro da calça, beijou sua esposa e sua filhinha que ainda dormiam e saiu.
Já na lotação seguia se acotovelando com os demais passageiros, arrumando um lugar para poder ficar em pé. Seu carro estava no mecânico, o Kadet gsi 94 bebia muito! E com a gasolina no preço que está não dava para trabalhar todo o dia com ele, e agora quebrado então... Levantou a cabeça e notou uma pequena televisão sintonizando o jornal da manhã, falando da final do campeonato de futebol, dos gols e da truculência da policia. Depois se escutava muito baixo um conselheiro dos direitos humanos que mostrava as estáticas da violência policial.
            – Moralistazinho de merda! Pensou alto Macedo, sem temer que os demais o escutassem, pois todos ali tinham suas vidas, seus problemas e ali espremidos seguiam um ritmo automático e triste de sua rotina diária de trabalho. Ainda nervoso refletia sobre sua carreira, o cara da TV não sabia de sua vida, de seu trabalho. Os doze anos como policial militar, no salário de mil e duzentos reais, nos tiros que já recebeu, nos bandidos que matou. Ninguém falou nada quando num tiroteio perdeu o amigo de trabalho e ficou oito meses se recuperando de um tiro que levara.
            Pensava no salário, nos descontos em folha, nos bicos que fazia, os “cafezinhos” que recebia para fazer “vista grossa” em alguns episódios... Nada grave, mas neste momento pensou em sua família, na sua filha de poucos anos de vida. Bandido bom é bandido morto! Pensou decidido enquanto olhava a janela embaçada da lotação.
            Cleber Ferreira de Souza estava acordado, passou mais uma noite suando frio na sua crise de abstinência de cocaína, olhou seu celular, cinco horas da manhã. Pensava que ainda restavam sessenta e oito dias e sete horas para se vir livre da prisão. Lavou mais uma vez seu rosto no gotejar tímido de uma torneira velha. Estava cansado daquilo, do vicio, das perseguições, do cheiro fedido de sua cela, onde vivia com mais cinco pessoas.
            – Fala Caveirinha! Que tá pegando velho? Saudou Ratoeira um “irmão” de detenção ainda sonolento.
            – O barato tá louco velho! – Se apoiou – Quase to livre desta poha, quase to livre do pó! Em seu rosto Caveirinha carregava as marcas de sua vida, da pobreza de sua família, da fome. Lembrava especialmente da cara de seu Pai, quando ele apareceu com o tênis novo, apanhou muito aquele dia. Mas dali em diante sabia exatamente onde encontrar o dinheiro que precisava para sobreviver.
Horas depois, olhou o céu através das grades de arame que cobriam o pátio, isso tudo vai acabar! Falta pouco! Quando dali saísse iria tentar se enquadrar na sociedade, foram oito anos de prisão por latrocínio. Não foi sua culpa aquela mulher se mexer, e ele ainda moleque, assustado atirou, matando–a instantaneamente. Sentiu o coração apertado, nunca quis matar ninguém só queria comprar suas coisas com dinheiro. Mas daí venho o vício pelas drogas, cada vez mais fortes, mais e mais destruidoras. Olhou então os braços cheios de marcas de picada de agulha, mexeu no seu macilento nariz, mesmo deformado ainda lhe restara alguma cartilagem nele, por isso do apelido caveirinha.
Subiu os degraus do seu pavimento, e via nos corredores marcas de sangue, pichações, chegando à sua cela foi direto ao pequeno pedaço de espelho, onde ajeitava seus cabelos com uma escovinha, afinal hoje é dia especial, final de campeonato de futebol e dia de visitas!
Pegou os livros que tinha lido nas últimas semanas, emprestados da biblioteca do presídio. Lembrava–se que apanhara muito por causa deles, os outros detentos não aceitavam sua mudança de vida, só teve paz quando finalmente pagou suas dividas de droga e nunca mais se meteu com os “foda” do lugar.
Colocou os livros na prateleira improvisada na parede. Um destes volumes lhe chamou a atenção, era “O Conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas, a história de vingança do marinheiro Edmond Dantès o fascinava, de modo que ele pensava como seria a sua vingança pessoal...
Foi interrompido em seus pensamentos por um barulho nos corredores, a gritaria crescente lhe chamou a atenção.
– Vamo tacá fogo! Vamo tacá fogo! – Caveirinha não acreditava naquilo, era dia de visitas e o que se via era o começo de uma rebelião! Olhando pela janela de grades pôde ver a policia entrando com tudo!
Aquele 02 de Outubro amanhecera conturbado, final de campeonato e todas as TVs da cidade sintonizavam a rebelião do daquele complexo presidiário, a visão era aterradora, colchões queimados atirados do alto dos prédios, corpos com os rostos cobertos por camisetas, empunhando canivetes improvisados. Fora do presídio na porta de entrada se via a formação de um batalhão de soldados da policia prontos para invadir.
A cena vislumbrada pelo helicóptero era uma cena de guerra. Os programas sensacionalistas já especulavam a quantidade de mortos resultante deste confronto, resumindo tudo num show bizarro televisionado, enquanto em algumas janelas se via chamas explodindo.
Sargento Macedo reunia–se a sua tropa, pois já havia recebido as orientações para a invasão do presídio, recebida do alto comando da policia militar, aqueles velhos de quepes com grandes estrelas douradas que brilhavam ao sol. Ele via em formação vários agrupamentos de policias. A equipe de Macedo não passava de trinta homens. Com o grito de sentido! Todos estavam posicionados, após uma breve inspeção; Passou as ordens aos soldados e se colocou frente à tropa aguardando o comando de seu capitão... Contínua no livro 13 "Contos".

domingo, 6 de maio de 2012

15 de Abril - 1º Salão Internacional do Livro de Suzano


Agradeço á todos os amigos que compareceram ao evento, e todos que não puderam comparecer também. 


Um grande abraço!


Sidney Leal