"... – Amigos, usem a razão, não está nada
provado e Leonor tem o direito da dúvida e de se defender. Todos como eu estão
revoltados com os acontecimentos, mas isso não justifica uma crucificação
injusta. E continuou:
– Antes de sermos pais e mães, somos
cristãos. E como tal não podemos manchar nossas mãos com sangue inocente. Carmélia
que via o ódio que a tanto custo levou para semear dentro dos corações daquelas
pessoas se esvaindo em uma nuvem de bondade, reagiu:
– E o que sabe você meretriz do
sentimento de ser mãe? Cristã? Será que os demônios com que sais para realizar
seus pecados geraram um bastardo? Bradou Carmélia subindo num banco da
praça.
– Oh Deus vocês estão cegos! As provas
estão aí, só não enxerga quem não quer, e se o delegado vai ser condizente com
um crime brutal destes, nós não seremos! A
multidão enlouquecida gritava fervorosamente “justiça”, “justiça” e Elvira não
conseguia se defender, quando...
–
Se você meretriz defende a bruxa de forma tão fervorosa... Deve ser sua
cúmplice! Já que você conhece toda a escória! A multidão enlouqueceu de
vez, e numa explosão de violência atacaram Elvira, socos, pontapés e até
pedradas.
– Meretriz! Vagabunda!
Trecho do conto Beleza eterna, do livro "Minhas histórias de Mistério, Terror & Morte"
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