“Eu cortei a faca e me cortei com o pão. Mil gotas de sangue espalhadas no chão. Nada faz sentido... Caindo olho para o céu do desalento onde não sai do pensamento meu descontentamento com minha história cinza e sem segmento. Mas eu tento me enganar ao contento, e seguir enganado e enganando todos aqueles que falando do vazio passam por esta vida desmarcada, finita e degradada. Pois estes não sabem que tudo perece, acaba e apodrece. Que no fim nada fez sentido, e por que então seguir mentindo?
Eu cortei a faca e me cortei com o pão. Mil gotas de sangue espalhadas no chão. Nada faz sentido... Já faz horas que sigo neste dilema, sem saber que se esvaindo segue meu sangue seguindo o ritmo torto das tabuas tortas do chão onde piso, e onde hoje estou caído esperando que se esvaia neste mesmo pobre chão aquilo que para mim não faz sentido... Minha vida.
Eu cortei a faca e me cortei com o pão. Mil gotas de sangue espalhadas no chão. Nada faz sentido... Eu agora estou sorrindo, pois, nas batidas descompassadas de meu coração segue a loucura da minha satisfação eu já sinto o formigamento dos meus braços dormentes... É que aquele corte viscoso que antes era, um, agora se tornou dois... Passando para o outro pulso depois. E eu sinceramente não sei o que vem a seguir, mas mesmo assim estou sorrindo... Pois sei que pelo menos para mim, minhas dúvidas estão no fim, enquanto para os outros não”.
(Sidney Leal)
"... Quando aguço minha audição, ouço ruídos, vozes, lamentação. São os Sussurros da Noite chamando-me a atenção. Então escrevo a noite! Pois é na escuridão silenciosa que a dama geniosa da inspiração permiti-se descrever. Mas o silêncio não é pleno! Os Sussurros da Noite são tão audíveis que fico surpreso que poucos os escutem...”.
Saudações tenebrosas...
Você ultrapassou o portal da realidade... Seja bem vindo(a) á um mundo onde os contos criam vida, mesmo quando falam de morte...
Sidney Leal
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Muito bom!!! Lindo e sombrio.... \m/
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