Saudações tenebrosas...

Você ultrapassou o portal da realidade... Seja bem vindo(a) á um mundo onde os contos criam vida, mesmo quando falam de morte...

Sidney Leal

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

“O Despertar da Fé”

Com os olhos fechados ele seguia um roteiro pré-definido em sua mente. Após meses de estudo e ensaio finalmente poderia executar aquela apresentação de que tanto ansiava. Falava com a certeza da repetição, com a certeza do texto bem decorado. E com a mão direita erguida aos céus segurando uma bíblia entoava o sermão por ele escrito e por seus superiores anteriormente aprovado. Notou que entre os transeuntes que ali passavam indiferentes a sua apresentação, algumas poucas pessoas paravam e se sentavam nos bancos ou na grama do jardim daquela praça municipal e lhe cediam a atenção que pedia. Os olhos semiabertos constataram esta evolução, pois estava ali falando as moscas desde as oito horas da manhã, recitando, louvando, e chamando as pessoas que passavam para ouvirem ‘a palavra do senhor’ que ele apresentava. Escolhera a pequena elevação de concreto onde se encontrava o busto de latão de um grande filosofo Brasileiro, e onde se lia numa placa os dizeres: “Acreditar é mais fácil do que pensar. Por isso existem mais crentes do que pensadores”. Sorriu levemente com escárnio da ironia deste encontro, e enquanto cobria o busto e escondia a blasfêmia daquele pensamento, ouviu uma voz que lhe repreendia:
- O que esta fazendo é crime sabia? Falou um jovem tatuado enquanto coçava o seu cavanhaque desgrenhado analisando a cena.
- Fora rapaz! Volte à escuridão de seu mundo. Respondeu o homem de fé ajeitando o manto de sua igreja sobre o busto de metal. O rapaz tirou uma foto com o celular e foi embora indignado. Nada atrapalharia sua pregação! Pensou sorrindo para uma igreja católica que a poucos metros dele se apresentava.
 Era uma manhã quente de quarta-feira, vestia um terno barato de cor preta que o fazia transpirar, na gola da camisa branca sem gravata fechada até o último botão, se formava manchas de umidade do suor. Às vezes sentia o ar pesado e a uma dificuldade em respirar, e com o dedo indicador mais de uma vez, tentou afrouxar a gola da camisa deixando a garganta livre para respirar. Neste momento fez uma pausa, colocou a bíblia que carregava sobre uma valise de couro negro que estava aos seus pés, e comprou uma garrafinha de água de um ambulante que sentado também prestava atenção em suas palavras. Tirou do bolso uma moeda para pagar pela bebida, mas o ambulante não quis, ele agradeceu com um: - Obrigado irmão! Enquanto bebia olhava satisfeito ao redor, seu público aumentava consideravelmente, os pastores estariam ali logo, logo, e poderiam ver como ele estava se saindo bem em seu último teste para líder pastoral. Quase não se continha de satisfação, pois agora se formava uma pequena multidão ao seu redor. Sentia-se iluminado! Pois dezenas de olhos estranhos buscavam em suas palavras orientação e consolo para os desafios da dura vida.
De repente deixou a garrafinha de água cair, assustado, quando entre aqueles olhos desconhecidos notou que sua esposa e filha se mantinham compassivas em pé à distância, com olhares tristes direcionados para ele. Aquilo não era possível! Pois as duas estavam em casa trancadas no quarto com suas gargantas cortadas! Jogadas no chão em meio a uma enorme poça de sangue coagulado. Tinha esta visão em mente, pois ficara as observando durante toda a madrugada, sentado num pequeno banco ao lado de seus corpos frios. Já estava de terno e cochilava com a cabeça arqueada para trás, quando o despertador lhe avisou que chegara a hora de seu compromisso e saiu de casa, vindo direto para a praça.
Estava terrivelmente assustado com aquela visão, e mais de uma vez passou as mãos geladas de terror nos olhos semiabertos pela força do sol do meio dia que se aproximava. Esfregou uma, duas vezes, fazendo com que o suor quente do dia de sol se misturasse com o suor gelado da noite do assassinato; Mas como as aparições insistissem em ainda permanecer ali estáticas com olhares tristes, desistiu de afasta-las e abaixou-se para pegar sua bíblia, mas ela sumiu! Não estava em cima de sua valise, e nem no chão! As pessoas ao seu redor se aproximavam ainda mais dele, ao seu redor se formava um circulo de quase uma centena de pessoas estranhas que lhe cobravam com os olhos sedentos de suas palavras acalentadoras, elas não falavam, não com voz, não com palavras que poderiam ser escutadas por pessoas comuns. Mas ele ouvia claramente o clamor de seu pedido:
- Fale mais! Mais! Mais! Os olhos de todos se arregalavam e de suas bocas inertes nenhum som saia, mas em sua mente ainda as escutava, o clamor se fazia cada vez mais alto.
- Mais, mais! Queremos mais!
- Eu não posso! Sem minha bíblia eu não posso... Ajudem-me, onde esta minha bíblia alguém a viu? A pergunta se perdia no vazio daquela turba de ignorantes que o cercava cada vez mais perto. No desespero, lembrou-se da valise a abrindo descontroladamente. Nem olhava em seu interior, começava a se preocupar com sua segurança. Agora mais de uma centena de pessoas desconhecidas o cercava, estavam a poucos metros de distancia, e eram tantos que não conseguia ver mais nada ao seu redor. Em suas faces vazias de emoção, olhos inexpressivos sedentos das palavras, a fome de sua fé os consumia e naquele pastor jogavam o peso de seus anseios e esperança.
Quando sua mão tocou em algo, podia sentir a bíblia com seus dedos. Mas ao retira-la notou a manga de seu terno sujo em um liquido quente, mãos e a própria bíblia gotejavam como se imersas em sangue! Aterrorizado percebeu que as pessoas estavam perto demais e ele não conseguia gritar, eles o tocavam como se tentassem lhe arrancar um pedaço, e de suas bocas tortas se formava um sorriso maligno... 
CONTÍNUA no livro: "13 Contos - Da Loucura e dos Sonhos - Sidney Leal

"The Awakening of Faith"

With closed eyes he followed a pre - defined in your mind. After months of study and testing could finally run that presentation that craved. Spoke with the certainty of repetition, with the certainty of the text nicely decorated. And with the right hand raised to the heavens holding a bible chanted sermon written by him and previously approved by his superiors. Noted that among the indifferent passers passers by its presentation, a few people stopped and sat on benches or on the grass of the garden that municipal square and yielded him the attention he demanded. Eyes half open found this development , because I was there talking flies since eight o'clock in the morning , reciting , singing , and calling the people passing to hear ' the word of the Lord ' that he presented . Chosen a small rise concrete where was the brass bust of a large Brazilian philosopher, and a plaque that read the words: "Believing is easier than thinking. So there are more believers than thinkers." Smiled lightly mocking irony of this meeting, and while covering the bust and concealed blasphemy that thought he heard a voice that rebuked:
- What is causing this crime knew? Spoke a young tattooed as he scratched his shaggy goatee analyzing the scene.
- Outside boy! Go back to the darkness of your world. Replied the man of faith adjusting the mantle of his church on the bust of metal. The boy took a picture with her ​​cell phone and went away angry. Nothing hinder his preaching! Thought smiling at a Catholic church a few meters it was presented.
It was a hot morning of Wednesday, wearing a cheap suit of black color which made him sweat, the collar of the white shirt without a tie closed until the last button, formed moisture stains of sweat. Sometimes the air felt heavy and a difficulty in breathing and the index finger more than once, tried to loosen his collar leaving the neck free to breathe. At this point he paused, placed the Bible he carried over a black leather suitcase that was at his feet, and bought a bottle of water from a sitting to walking also paid attention to his words. He took out a coin to pay for the drink, but the walking declined, thanked him with a: - Thank you brother! Looked pleased as he drank around, your audience increased considerably, the shepherds would be there soon, and could see how he was doing well in his last test for pastoral leader. Barely contained satisfaction, as now formed a small crowd around him. He was enlightened! For dozens of strange eyes sought his words guidance and consolation to the challenges of hard life.
Suddenly left the bottle of water falling frightened, when among those unknown eyes noticed that his wife and daughter remained compassionate standing at a distance, with sad looks directed at him. It was not possible! Because the two were at home locked in the room with their throats cut! Played on the floor amid a huge puddle of gore. Had this vision in mind, it had been watching them throughout the night, sitting on a small stool beside their cold bodies. He was in a suit and dozed with his head arched back, when the clock told him it was time for their commitment and left home, coming straight to the square.
I was terribly frightened at the sight, and more than once have cold hands of terror in his eyes half open by the force of the midday sun approaching. Rubbed once, twice , causing the sweat hot sunny day to mix with the cold sweat the night of the murder , But as the apparitions still insist on staying there with sad looks static , dropped away from them and ducked to pick up your Bible , but she 's gone! Was not on top of his suitcase, and not on the floor! People around you approached him even more, around a circle formed nearly a hundred odd people who charged him with hungry eyes acalentadoras his words, they did not talk, not voice, not in words which might be heard by ordinary people. But he clearly heard the cry of your request:
- Speak! More! More! Everyone's eyes widened and their mouths inert skirt no sound, but his mind still listened to them, the clamor was louder.
- More, more! We want more!
- I cannot! Without my Bible I can not ... Help me, where is my bible someone saw? The question was lost in the void that ignorant mob that surrounded him closer. In desperation, remembered the valise the opening wildly. Neither looked inside, began to worry about their safety. Now more than a hundred strangers around him were a few meters away and there were so many that we could not see anything around you. In their faces empty of emotion, expressionless eyes thirsty words, the hunger of their faith and that consumed pastor threw the weight of their desires and hopes.
When his hand touched something, could feel the Bible with your fingers. But to cut it noticed the sleeve of his suit dirty in a hot liquid, dripping hands and bible itself as immersed in blood! Terrified realized that people were too close and he could not scream, they played as if trying to tear a piece, and their crooked mouths formed an evil grin.
- More! More! Listened as the crowd tore her hair and bit his ears, tore their clothes amid hunger of his words. Her daughter was in front, inert, embraced with bible; his eyes were sad, serious, but pious. Turned listening to Mother calls her away, to the despair of his father.
- No! I need her deliver me my Bible! Shouted a last flash of consciousness , because the mob of fanatics among his muffled cries , he tore his eyes and ate the flesh of your body , because your search for salvation had become insane and needed to be satiated.
Far away indifferent Mother and daughter looked at each other smiling as they walked quietly with intact bible in his hands, followed far from the evangelical pastor in a way totally opposite to the square of the Catholic Church, followed by a path full of flowers sun-drenched blessed through day, which rose in the distance a mysterious celestial library. The two followed towards distant awareness of human wisdom. - Sidney Leal

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Lançamento do 'Vídeo Literatura Vol.II' - Dramatização da história "Meu conto de Natal"

Todos intimados a aparecer!!

Amigos, vamos promover mais um encontro especial no dia 20 de Setembro. Lançaremos no sarau 'LiteraturaNossa' o 'Vídeo de Literatura Vol.II'.
 

No vídeo podemos ver e ouvir os escritores da "Associação Cultural Literatura no Brasil" da região de Suzano-SP, recitando seus contos e poesias.  

Estou muito feliz de poder fazer parte deste grupo de escritores e amigos, no vídeo vocês assistirão a dramatização da história "Meu Conto de Natal" o material está fantástico!!


Divulguem e apareçam, tragam amigos e familiares venham prestigiar mais um encontro de música, poesia e literatura.

Padaria “Cantinho da Irmã”
Rua. Itapeva, 30 – Jardim Revista – Suzano (esquina com a rua Bandeirantes)
Maiores informações: (011)9853-1978 - Sidney Leal.



terça-feira, 13 de agosto de 2013

“Terror em Olinda”

“...Quando entrou no bar uma bela morena de cabelos suavemente cacheados, Viera enlouqueceu! A mulher trazia em seus traços a beleza e a cor das belas mulheres Brasileiras. Não daquelas pseudo-europeias, magras, pálidas, esquálidas como uma porta, aqueles fantasmas que via nas festas ricas que frequentava. Que tentavam sem sorte aquecer aquele coração boêmio de Viera. Mas aquele dia, com aquela mulher tudo mudara, sentiu as palpitações do coração acelerar, e num choque de lucidez se via todo amarrotado pelo abuso dos dias e noites de festa.
– Preciso te-la! Bradou com uma mão a limpar os bigodes ainda sujos da recente refeição, e a outra a bater com força a mesa onde se encontrava. A observou de longe, seguia seus passos e temia perde-la de vista. Precisava se recompor, ou poderia assustar a mulher. Saiu às pressas tropeçando nas mesas e cadeiras a sua volta, chegando no banheiro viu as marcas da vida de loucuras, tatuadas em seu rosto, parecia bem mais velho do que era realmente. Não se importou!  Começou a lavar o rosto, molhando os cabelos agitadamente. Mas sua imagem ficara embasada no espelho, passou a mão tentando inutilmente limpar sua imagem... Entretanto o problema não era o espelho, e sim ele, que se precipitava num desmaio repentino. Tentou sem sucesso, segurar na quina da pia, mas a mesma serviu apenas para conter um pouco o choque de seu rosto no chão. Desmaiou numa poça rasa de água e sangue.
            Atordoado tentou se levantar mais de uma vez, até achar uma quina da pia onde outrora deixara um dos dentes, perdidos com a força de sua queda. Em pé ainda tonto, via seu estado lastimável, o terno branco estava encardido, e no colarinho se encontrava uma mistura viscosa de manchas de gordura da comida e sangue. Não se importava! Passou água ligeiramente nos cabelos e no rosto, notou vários cabelos longos e cacheados enroscados nos botões de sua camisa, cheiravam a mulher e vela. Ignorou aquilo, pois pode ter se enroscado em muitas raparigas aqueles dias. E saindo do banheiro procurou pela presença da misteriosa morena do vestido vermelho. Ninguém soube dizer seu paradeiro, o dono do boteco o velho português, o observava com curiosidade sentindo o cheiro forte de velas emanando de sua roupa suja.
Quando Viera saiu do bar era noite, na rua uma multidão ainda dançava entoando marchinhas frescas de carnaval, os blocos que passavam eram os dos bonecos de Olinda, com suas armações de madeira com mais de três metros de altura, bonecos caricatos de celebridades, políticos e artistas. Era muita movimentação, e Viera ainda sentia uma leve zonzeira lhe fraquejar as pernas. Quando em meio à multidão viu seus olhos brilhantes, possesso se embrenhou em meio ao mar de gente lutando para se aproximar daquela morena. Quando mais se aproximava, mais o brilho transluzia daqueles olhos castanhos, que de tão claros, faziam questionar a origem daquela bela mulher. Ela indiferente, rodopiava fazendo esvoaçar o curto vestido vermelho, dançando sensualmente, seduzindo todos os homens ao seu redor enquanto acariciava os cabelos fazendo-os esvoaçar suavemente.
Ela girava - Todos ali a olhavam com desejo e cobiça – Girava! - Viera enlouquecido de ciúmes se sentia impotente perante a multidão de homens que se acotovelavam tentando se aproximar da mulher – Girava! - Quando um dos homens mais excitado a agarrou! Viera sem pestanejar se desvencilhou da algazarra, e o derrubou com um soco certeiro.
Ela ria - Num êxtase de prazer aterrador. Temendo a fúria da multidão – Ria! - Viera a colocou nos ombros e saiu derrubando todos a sua frente – Ria! - Eram muitas pessoas na rua. Já distante a colocou no chão puxando-a com força pela mão. A mulher ainda ria perdidamente, numa gargalhada alta de louca satisfação. Chegaram numa beco escuro e Viera exausto finalmente parou.
– Do que está rindo diaba de minha vida? Ofegante sussurrou.
– Quem disse que sou sua, petisco de minha eternidade? Sorriu a mulher passando os dedos estranhamente longos nos lábios de Viera; Que totalmente insano a tomou em seus braços, rasgando seu vestido com os dentes, baixando suas calças e a possuindo num desejo louco que nunca sentira! Ela tomada de prazer babava uma gosma de saliva enquanto cravava suas unhas nas costas de Viera, rasgando tecido de sua roupa suja, e a pele de seu corpo. O Homem gritou assustado! Mas estava perdido na loucura do sexo e de seus prazeres, selvagem, insano!
Ela agora passava suavemente as unhas - que agora cresciam mais - nos mamilos do homem, fazendo-o urrar como um animal! Enquanto ela lambia as finas linhas de sangue que escorriam...
CONTINUA no livro: “13 Contos – Da Loucura e dos Sonhos” do escritor Sidney Leal

"Terror in Olinda"


"... When he entered the bar a beautiful brunette with curly hair gently, Viera went crazy! The woman brought her features the beauty and color of beautiful Brazilian women. Not those pseudo-European, thin, pale, scrawny as a door, the ghosts who saw the rich feasts that attended. No luck trying to warm that heart of bohemian Viera. But one day, everything changed with that woman, felt the palpitations of the heart race, and a shock of lucidity crumpled up via the abuse of days and party nights.
- You need it! He cried with a hand to clean the whiskers still dirty from recent meal, and the other to pound the table where he was. The observed far, followed his steps and feared losing her sight. Needed to recover, or it could scare the woman. Hurried stumbling over tables and chairs around it, coming in the bathroom saw the marks of life of crazy, tattooed on his face, looked much older than it actually was. Do not bother! Began to wash his face, wetting his hair agitatedly. But his image had been grounded in the mirror, trying unsuccessfully ran his hand clean up its image ... However the problem was not the mirror, but he, rushing a sudden fainting. Tried unsuccessfully to hold the edge of the sink, but it only served to contain a little shock on his face to the ground. Fainted in a shallow puddle of water and blood.
Stunned tried to get up more than once, to find a corner where the sink once left a tooth, lost with the force of his fall. Standing still dizzy, saw his pitiful state, the white suit was grimy, and the collar was in a mixture of viscous grease stains from food and blood. Did not care! Spent slightly water in the hair and face, noticed several long hair curly and tangled in the buttons of his shirt, the woman smelled and sailing. He ignored it as it may have curled up in a lot of girls these days. And out of the bathroom looked for the presence of mysterious brunette in red dress. Nobody could tell his whereabouts, the owner of the old Portuguese tavern, watched curiously strong smelling candles emanating from your dirty laundry.
Viera left the bar when it was night, the street a crowd still chanting danced fresh carnival marches, the blocks that were passed Snowmen Olinda, with its wooden frames with more than three feet tall, puppet caricatures of celebrities, politicians and artists. It was a lot of movement, and Viera still felt a slight lightheadedness will weaken legs. When the crowd saw his bright eyes, possessed himself plunged amid the sea of ​​people struggling to be closer to that brunette. When more approached, more brightness transluzia those brown eyes, which are so clear, did question the origin of that beautiful woman. She indifferent swirled fluttering short red dress, dancing sensually, seducing all men around her as he stroked her hair making them fluttering gently.
She spun - Everyone there looked at her with desire and lust - revolved! - Viera crazed with jealousy felt helpless before the multitude of men who jostled trying to approach the woman - revolved! - When one of the men grabbed more excited! Viera unblinking broke away from the hubbub, and knocked him out with one punch volley.
She laughed - In a terrifying ecstasy of pleasure. Fearing the wrath of the crowd - Ria! - Viera put her on the shoulders and knocking out all his front - Ria! - There were many people on the street. Already far put her down by pulling her tightly by the hand. The woman was still laughing madly, crazy in a loud guffaw satisfaction. They arrived in a dark alley and Viera finally stopped exhausted.
- What are you laughing diaba of my life? Whispered breathlessly.
- Who said I'm yours, snack my eternity? Smiled the woman fingering strangely long lips Viera; That totally insane took her in his arms, tearing her dress with his teeth, lowering his pants and having a mad desire ever felt! She drooled taking pleasure oozing saliva while his nails dug back Viera, tearing the fabric of your dirty clothes, and the skin of his body. The man screamed scared! But he was lost in the madness of sex and its pleasures, wild, insane!
She now spent smoothly nails - which now grew more - the nipples of the man, causing him to howl like an animal! As she licked the thin lines of blood that flowed ...

STILL in the book: "13 Tales - The Madness and Dreams" writer Sidney Leal

sexta-feira, 26 de julho de 2013

'Livros que nunca foram escritos - Necronomicon'

H.P. Lovecraft, grande mestre, autor dos mais conhecidos contos de terror da literatura mundial, seguidor e admirador do mestre Edgar Allan Poe. Lovecraft já teve adaptações de suas histórias em filmes, animações e peças de teatro, e até músicas, uma das referências  assumidas do escritor Stephen King. Possuía uma obra citada frequentemente em seus escritos, o misterioso e aterrador livro 'Necronomicon'. Que supostamente foi escrito por 'Abdul Alhazred', árabe que enlouqueceu ao ficar preso em cavernas subterrâneas  O livro teria a capa feita de pele humana e a tinta usada também seria de sangue humano.
         Porém, Alhazred nunca existiu! É tudo fruto da mente de Lovecraft, muitos curiosos tentaram obter em vão um exemplar da obra, ao achar que existia de verdade. entre eles estão o renomado escritor Jorge Luís Borges, por exemplo, que buscou incansavelmente um exemplar em bibliotecas da Argentina em sua juventude.








quinta-feira, 25 de julho de 2013

National Fantastic Literature - Novels and Poetry Tales of Terror.

     Since the dawn of human feeling of fear has always been that most stood out, the privations of a time without the amenities that modern life provides us. And among all the fears, the fear of the 'unknown' always frightened with greater intensity. Perhaps there will come a taste for the horror genre and fiction. The American writer HP Lovecraft argued that there is no man who at least once has not felt the spine chilling thrill, when absorbed by the darkness of night, lost in a terrible nightmare, when crossing a forest, or listen whisperings in corners dark house on a stormy night. The master also defended those who can not be touched by the fantastic literature, could not due to lack of imagination and strength to break away from reality. We have national writers who wrote in the last century has fantastic literature, which from reading these texts can feel the force of the horror genre and horror in their texts. Writing Master Machado de Assis, is not limited to literature that is most widespread. There are tales of the master that are chilling, and show an ax free "halters" literary unfortunately the mark. Among these tales I quote: 'The Church of the Devil' (comic tale), 'Eternal Life' and 'The Secret Cause'. In addition to his translation of the poem 'The Raven' another great master Edgar Allan Poe. Another example of the master Alvares de Azevedo, young writer, who died in promising culmination of his genius, with only 21 years. We can realize the maturity of their writing, for example, with its unforgettable 'Night at the Tavern', and his poetry sad and reflective, 'If I died tomorrow' and the poem 'She is, she is,' all his short work deserves attention and study. We can not leave out the master Aluisio Azevedo, recognized by the books of the realist movement 'The Slum' surprises us with the books 'Skeleton' and 'Demons' using the pseudonym Victor Leal that could perhaps give rise to their imaginative writing without judgments and literary freedom. The book 'Demons' surprises for the imaginative creativity, remembering that we talk about a book from 1891!
     Today national writer suffers a lot to launch, promote and sell their works mainly. There are good texts of terror and poetry, which in addition to please fans of the genre, surprised all the readers who "allow" and "deem a chance" to work, the high level of quality of the text and writing. The biggest hurdle is to show the reader of books "international" not only the public that consumes horror stories, that in our country there are good writers of fantasy literature! For if the film lost due to high amounts invested in "big productions" since the book does not lose to anyone, the Brazilian is one of the most creative people in the world! Do not misunderstand me, has a lot of good out yes! But I think we have to reserve a space in our hearts and stands for national works; After all they can to make sure they did not repent, the only risk is the habit of reading good literature Brazilian. Read more books by national authors, too many good people out there ...

Literatura Fantástica Nacional - Romances Contos e Poesias de Terror.

            Desde os primórdios do ser humano o sentimento do medo sempre foi o que mais se destacava, pelas privações de uma época sem as facilidades que a vida moderna nos proporciona. E entre todos os medos, o medo do ‘desconhecido’ sempre nos amedrontava com maior intensidade. Talvez venha daí o gosto pelo gênero de terror e ficção. O escritor norte americano H.P. Lovecraft defendia que não existe o homem que ao menos uma vez não tenha sentido na espinha o frêmito arrepiar, quando absorto pela escuridão da noite, perdido em um terrível pesadelo, na passagem numa floresta, ou ao escutar sussurros nos cantos escuros da casa em noite de tempestade. O mestre defendia também que aqueles que não conseguem ser tocados pela literatura fantástica, não o conseguiam devido a falta de imaginação e força para se desprender da realidade. Temos escritores nacionais que no século passado já escreviam literatura fantástica, onde a partir da leitura destes textos pode-se sentir a força do gênero terror e horror em seus textos. A escrita do mestre Machado de Assis, não se limita apenas a literatura que é mais divulgada. Existem contos do mestre que são de arrepiar, e mostram um Machado livre de “cabrestos” literários que infelizmente o marcam. Entre estes contos cito: ‘A Igreja do Diabo’ (conto cômico), ‘Vida Eterna’ e ‘A Causa Secreta’. Além de sua tradução do poema ‘O Corvo’ de outro grande mestre Edgar Allan Poe. Outro exemplo o mestre Álvares de Azevedo, escritor jovem, promissor que morreu no apogeu de sua genialidade, com apenas 21 anos. Podemos perceber a maturidade de sua escrita, por exemplo, com o seu inesquecível ‘Noite na Taverna’, e suas poesias tristes e reflexivas: ‘Se Eu Morresse Amanhã’ e o poema ‘É Ela, é ela’, toda sua curta obra merece atenção e estudo. Não podemos deixar de fora o mestre Aluisio Azevedo, reconhecido pelos livros do movimento realista ‘O Cortiço’ nos surpreende com os livros ‘O Esqueleto’ e ‘Demônios’ usando o pseudônimo de Vitor Leal para que talvez pudesse dar margem a sua escrita imaginativa sem julgamentos e com liberdade literária. O livro ‘Demônios’ nos surpreende pela criatividade fantasiosa, lembrando que falamos de um livro de 1891!
Hoje o escritor nacional sofre muito para lançar, divulgar e principalmente vender seus trabalhos. Existem bons textos de terror e poesias, que além de agradar aos adeptos do gênero, surpreendem a todos os leitores que “se permitem” e “deem uma chance” à obra, pelo alto nível da qualidade do texto e da escrita. O maior obstáculo é mostrar ao leitor de livros de “internacionais” não só o público que consome histórias de terror, que em nosso país existem bons escritores de literatura fantástica! Pois se no cinema perdemos devido às altas quantias investidas em “grandes produções”, já no livro não perdemos para ninguém, o brasileiro é um dos povos mais criativos do mundo! Não me entendam mal, tem muita coisa boa de fora sim! Mas acho que temos de reservar um espaço em nossas estantes e corações para obras nacionais; Afinal podem ter certeza de que não se arrependeram, o único risco é o vício da leitura da boa literatura Brasileira. Leiam mais livros de autores nacionais, tem muita gente boa por aí...
                                                                                                              Sidney Leal

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Write to night...

"When the void of ideas get lost.
When in the dark silence I take refuge.
I'm so lost in reverie for long hours on end.
When I find myself many hours have passed ...
The night has arrived!
When aguço my hearing, hear noises, voices, whining.
Night Whispers are calling my attention.
Then write the night!
For it is in the silent darkness that feisty lady of inspiration allowed to describe.
But silence is not full!

The Night Whispers are so audible that I am surprised that few listen ... ".                                                                                                                 (Sidney Leal)

Escrevo a noite...


“Quando no vazio das ideias me perco.
Quando na obscuridade do silêncio me refugio.
Fico assim em devaneios perdido por longas horas a fio.
Quando dou por mim muitas horas se passaram...
A noite chegou!
Quando aguço minha audição, ouço ruídos, vozes, lamentação.
São os Sussurros da Noite chamando-me a atenção.
Então escrevo a noite!
Pois é na escuridão silenciosa que a dama geniosa da inspiração permiti-se descrever.
Mas o silêncio não é pleno!

Os Sussurros da Noite são tão audíveis que fico surpreso que poucos os escutem...”.                                                                                                                         (Sidney Leal)

quinta-feira, 13 de junho de 2013

"If Allow" (short story 'mildly erotic')

I was a challenge made by my friends and writers took with you my first story 'mildly erotic'

"If you allow"
Sidney Leal
It was a cloudy morning, a cold wind now and again clashed with the large windows that gray building lost in the endless forest of concrete and steel. One more, just one more ... Doralice rested an arm on one of the glass windows of the fifth floor, reflective not noticed how much time lost there reflecting on his life ... Twenty-year career in that office, owned house, car, a cat ... And a huge dildo, his companion of loneliness ... Single, no children, could not remember the last time I had sex - God forty-two, could not remember the last time you took a good fuck! - He thought with a sinking heart chest, wanting to cry. Yesterday at the funeral of her best friend Aline - died young was his age when he lost his battle to breast cancer - During the hours spent crying looking at his face pale but relieved her friend in the coffin. Reflected on everything reflected on everyone, and seeing her husband and children Aline around Mother paying him homage, saying goodbye to the warrior who lived. Doralice felt a twinge in his chest, was very sad yes, but what I felt was something else ... The lack of air, your heart dysrhythmia, that meant that soon. Soon she could be there in that cold wooden box. And knees Doralice was supported by the people who were at the funeral, while collapsed with the sting of reality that you poked the heart, die alone! Asked that this day was away, but he knew that he would die alone.
Took care of his parents all his life, without guilt, with the devotion that all children should have for their elders, by their ancestors. And now reflecting, could not fault them for not having found someone, it was not even their fault, the fault was hers to be alone - and picked up a plastic cup filled with coffee without sugar - once He sipped the coffee hot - Poha! He dropped the cup that shattered on the marble floor of the office, none of his colleagues noticed nothing, all those people who like years she worked there together, none of them had noticed that had been burned. Just imagine how it would be when he dies, will any of these 'robots' have been moved for real? Laughed to scorn, knowing the answer.
- Damn my blazer, my skirt, my pantyhose! He ran to the ladies room, and wetting some paper towel tried unsuccessfully to assuage the coffee stains. When you enter the bathroom.
- Morning Doralice!
 - Good morning Martha.
- I heard Aline ... How sad huh, my condolences, I know she was your friend ... But what are you doing here at this hour? Not spent the night at the wake?
- Yes, and then went to the cemetery too ... You wanted to see the progress of each contract and ...
- Doralice, go home to rest and come back tomorrow. How your boss can not let you work tired as you are appearing. You looked in the mirror today?
Doralice consenting with a grin, knew not looked today, actually made years not looked like a woman. And even when leaving Martha said:
- We are very young, how old do you have it?
- 42 ...
- Our thought was my age fifty ... Never mind, take rest girl, you are in need! Hastily closing the door behind her.
Alone Doralice looked up and saw the reflection of a stranger, a lady to look good ... With slight traces of wrinkles, some gray hair hair streaming down her face, wanted to cry, but took a deep breath, pulled the bottom of her bag, a little part that wore a little makeup kit. And after a few minutes on makeup, brushing the loose hair gently pulled her skirt a bit shorter leaving her, her legs were shaved well - thank God! - Noted that formed the first genuine smile of days, dropped two buttons of white dress shirt and you can see that the volume of her breasts stood out beneath the blazer he wore black female. Today would be the day to change the direction of your life!
As he quickly dismissed the prying eyes of his colleagues, who only then noticed a change in Doralice, but if you asked anyone what had changed few would know say, so conditioned to see the austere business supervisor. Doralice descended the stairs toward the front door towards the street. Would leave the bus, was not well enough to drive, and passing some cars parked discreetly looked up, and a strange place, a sense of power he embraced the heart, to the point that bus was felt strong, powerful, and the most amazing feel sexy, desirable!
Embarrassed because I never pick up bus to come or go to work, had to check with some people who were on point with her. Noticed that while some men responded, followed with eager eyes toward their breasts. A feeling I had never felt, even when young. In this group of people waiting for the bus was a man of strong features, dark-haired chin gently striking. As she read the description of the Greek warriors in an old book, the mysterious man wearing a black suit well aligned, and held a small suitcase without a handle. Doralice observing the man's hands, felt a slight heat and a little discomfort between his legs, the man had big hands, strong pronounced veins. On this last point, wet lips of the strange desire.
Lost in erotic daydreams, or realized that the bus had stopped in front of him preparing to go:
- Hein girl! Shouted the man of her desire.
- Wow! Excuse me driver is that I ... Thank you?
- Claudius, this is my name.
- Our how can ... It is of Greek origin?
- Yes, I inherited from my grandparents ... Doralice heard nothing, saw only that man's lips silently moving while undressed with a desire that he climbed up the legs. The way was long, and the bus filled strangely, they were not in peak hours or transit. The fact is that each point they passed the number of people increased, and saw himself pressed Doralice ago by Claudius, who visibly embarrassed trying unsuccessfully not to touch the woman. Saw with strangeness Doralice settled in front, but she was enjoying it! And mad desire not realize that Claudius had fallen a point behind. When she felt something hard was rubbing her butt. A grin formed on his face, and clutching the support of the bus started pushing his body against what, at first slowly, then faster, and soon after with strength. Imagined how Claudius was excited because I felt the force of his cock against her. Reveled biting his lips, imagining the size of that cock, that even with the cover fabric of his pants and her skirt still was present strong. Doralice uncontrolled, not looking back at all, I was ashamed and too excited for this.
Damn the people around them, damn if all the world, after all she and he could not control himself and gave themselves to pleasure. With one hand he started rubbing his fingers into her vagina, over the same fabric of the skirt because I was mad with lust. And in the state that was her vagina that burn at the slightest touch of pleasure. Whether he felt touched her vagina wet and ready ... Doralice 42, who for many years did not fuck, she was finally ready, ready to fuck, and blind pleasure, emitting low moans when supported in the body of the struts in front and arms free, yanked the hand that was holding behind her putting on one of her breasts, which were already out and gently brown nipples which were stiff and looked with amazement.
The other hand grabbed Doralice forcefully that object of pleasure that just over half an hour rubbing her ass, her exciting, hard as that object that was supposed to have quenched their thirst for pussy anyway, anywhere, it was right there in that bus, consenting Doralice biting his lips and shouting:
- Yes, yes, come eat with force! Ai, ai, aaaaiiii!
When - Hein're crazy girl! - Shouted a fat lady who was behind Doralice - Larga my umbrella and releases my hand! His perverted!

Doralice opened his eyes, smiled with satisfaction, for he had finally enjoyed deliciously moments ago, I was ready! The workout was over! And off the bus while straightened, smiled with the knowledge that he had succeeded in having sex with a umbrella inside a crowded bus in broad daylight. Imagine what it would do when caught a real man.

"Se Permita" (conto 'suavemente erótico')

Me foi feito um desafio por parte de meus amigos escritores e aceitei, com vocês meu primeiro conto ' suavemente erótico' rsrs

“Se permita”
Sidney Leal
Era uma manhã nublada, um vento frio vez ou outra se chocava com as grandes vidraças daquele prédio cinzento perdido na infinita floresta de concreto e aço. Mais um, apenas mais um... Doralice apoiava um dos braços numa das janelas de vidro do quinto andar, reflexiva não notara quanto tempo perdeu ali refletindo sobre sua vida... Vinte anos de carreira naquele escritório, possuía casa, carro, um gato... E um enorme vibrador, seu companheiro de solidão... Solteira, sem filhos, não conseguia se lembrar da última vez que transou – Deus com quarenta e dois anos, não se lembrava da última vez que deu uma boa foda! – Refletiu com o coração apertado no peito, com vontade de chorar. Ontem no velório de Aline sua melhor amiga – morreu jovem tinha sua idade quando perdeu a batalha para o câncer de mama – Durante as horas que passara chorando olhando para o rosto pálido, mas aliviado de sua amiga no caixão. Refletiu sobre tudo, refletiu sobre todos, e vendo o marido e os filhos de Aline ao redor da Mãe lhe prestando homenagem, se despedindo da guerreira com que viveram. Doralice sentiu uma pontada em seu peito, estava muito triste sim, mas aquilo que sentia era outra coisa... A falta de ar, a disritmia de seu coração, aquilo significava que logo. Logo poderia ser ela ali naquela fria caixa de madeira. E de joelhos Doralice era apoiada pelas pessoas que estavam no velório, enquanto desabava com a agulhada da realidade que lhe cutucou o coração, morreria sozinha! Pedia que este dia estivesse longe, mas sabia que morreria sozinha.
Cuidou de seus pais a vida toda, sem culpa, com a devoção que todos os filhos deveriam ter por seus velhos, por seus antepassados. E agora refletindo, não podia culpa-los por não ter encontrado alguém, não era culpa deles mesmo, a culpa por estar sozinha era dela – Pegou um copinho plástico e encheu de café sem açúcar – Sorveu de uma vez o cafezinho quente – Poha! Largou o copinho que se espatifou no chão de mármore do escritório, nenhum de seus colegas de trabalho notara nada, todas aquelas pessoas que como ela trabalhava anos ali juntas, nenhuma delas notara que havia se queimado. Apenas imaginava como seria quando morresse, será que algum destes ‘robôs’ se comoveria de verdade? Riu com escárnio, pois sabia a resposta.
- Droga meu blazer, minha saia, minha meia calça! Correu para o banheiro feminino, e molhando alguns papéis toalha tentou sem sucesso amenizar as manchas de café. Quando entram no Banheiro.
 - Bom dia Doralice!
 - Bom dia Martha.
- Fiquei sabendo de Aline... Que triste hein, meus pêsames, sei que ela era sua amiga... Mas o que faz aqui a esta hora? Não passou a noite no velório?
- Sim, e depois fui ao cemitério também... É que queria ver o andamento de uns contratos e...
- Doralice, vá pra casa descansar e volte amanhã. Como sua chefa não posso deixar você trabalhar cansada como você está aparentando. Você se olhou no espelho hoje?
Doralice consentindo com um sorriso amarelo, sabia que não se olhara hoje, na verdade fazia anos que não se olhara como mulher. E ao sair Martha ainda disse:
- Somos muito novas, você tem quantos anos mesmo?
- 42...
- Nossa pensei que tinha minha idade cinquenta e... Deixa pra lá, vá descansar menina, você está precisando! Fechando apressadamente a porta a suas costas.
Sozinha Doralice levantou o rosto e viu o reflexo de uma estranha, uma senhora até de boa aparência... Com leves traços de rugas, alguns fios brancos de cabelo lhe escorrendo pela face, quis chorar, mas respirou fundo, tirou do fundo de sua bolsa, de uma parte que pouco usava um pequeno estojo de maquiagem. E depois de alguns minutos se maquiando, soltou os cabelos os escovando suavemente, puxou um pouco sua saia deixando-a mais curta, suas pernas estavam bem depiladas – graças a Deus! – Notou que se formou o primeiro sorriso verdadeiro de dias, soltou dois botões da camisa social branca e pode ver que o volume de seus seios se destacava por debaixo do blazer preto feminino que usava. Hoje seria o dia de mudança do rumo de sua vida!
Enquanto se despedia rapidamente dos olhares curiosos de seus colegas, que só então notaram uma mudança em Doralice, mas se perguntássemos a qualquer um o que teria mudado poucos saberiam disser, de tão condicionados a ver a austera supervisora de negócios. Doralice desceu pela escada rumo à porta de entrada no sentido da rua. Iria embora de ônibus, ainda não estava bem o suficiente para dirigir, e passando por alguns carros estacionados se olhava discretamente, e um estranho vigor, uma sensação de poder lhe abraçou o coração, chegando ao ponto de ônibus estava se sentido forte, poderosa, e o mais surpreendente se sentia gostosa, desejável!
Atrapalhada, pois nunca pegara ônibus para ir ou vir ao trabalho, teve de se informar com algumas pessoas que estavam no ponto com ela. Notara que alguns homens enquanto a respondiam, seguiam com os olhos desejosos em direção aos seus seios. Uma sensação que nunca sentira, nem mesmo quando jovem. Neste grupo de pessoas que aguardavam o ônibus estava um homem de traços fortes, moreno de cabelos negros queixo suavemente marcante. Como ela lia a descrição dos guerreiros gregos num velho livro, o misterioso homem usava um terno preto bem alinhado, e segurava uma pequena valise sem alça. Doralice ao observar as mãos do homem, sentiu um leve calor e um pequeno desconforto entre as pernas, o homem possuía grandes mãos, fortes de veias acentuadas. Nesta última observação, molhou os lábios de desejo pelo estranho.
Perdida em devaneios eróticos, nem percebeu que o ônibus parara a sua frente se preparava para ir embora:
- Hein moça! Gritou o homem de seu desejo.
- Nossa! Desculpe-me motorista é que eu... Obrigado senhor?
- Claúdios, este é meu nome.
- Nossa como pode... É de origem grega?
- Sim, herdei de meus avôs... Doralice nada mais escutava, apenas via silenciosamente os lábios daquele homem se moverem, enquanto o despia com um desejo que lhe subia pelas pernas. O caminho era longo, e o ônibus enchia estranhamente, pois não estavam em horário de pico ou trânsito. O fato é que a cada ponto que passavam o número de pessoas aumentava, e Doralice se via prensada atrás por Claúdios, que visivelmente constrangido tentava sem sucesso não encostar na mulher... CONTÍNUA no livro: "13 Contos - Da Loucura e dos Sonhos" - do escritor Sidney Leal

quarta-feira, 29 de maio de 2013

INFINITE...

INFINITE
Sidney Leal
     Transpires in my beard white wires of an age that still have no marks of the experiences I had, but did not reveal that I have yet; Shines in my eyes a sadness I can not live, but share and describe in my writing and poetry;

     Transpires in a poetry that my words do not dominate, but that is present in everything I write and feel; Believe yes I write my stories! Are mine! They come in a gray area where sounds and images represented by translucent colors dancing in my mind, where the thin fragile lines of reality and dreams, are mixed with the madness of living;

     Transpires weakness in my body weak, punish the years the mortality of my days, the finitude of my life, our lives, that a flash of years elapsed, or paths chosen or not, can simply end;
     Transpires? No! Just seems, because as every artist discovers, discovered the fountain of eternal life, not eternal youth. Passionate yes, crazy perhaps, but I can say that if there is a formula for immortality, say with certainty is the gift of writing.

INFINITO...

INFINITO
Sidney Leal
    Transparece nos fios brancos de minha barba uma idade que ainda não tenho, marcas das experiências que tive, mas que não revelam as que ainda terei;
     Transparece em meus olhos uma tristeza que não vivo, mas compartilho e descrevo em meus textos e poesias;
     Transparece em minhas palavras uma poesia que não domino, mas que está presente em tudo que escrevo e sinto; Acreditem sim eu escrevo meus contos! São meus! Eles vêm de uma área nebulosa, onde sons e imagens dançam representados por cores translúcidas em minha mente, onde as tênues linhas frágeis da realidade e dos sonhos, se mesclam com a loucura de viver;
     Transparece na fragilidade de meu corpo débil, que os anos castigam a mortalidade de meus dias; A finitude de minha vida, de nossas vidas, que num lampejo de anos decorridos, de caminhos escolhidos ou não, podem simplesmente acabar;
     Transparece? Não! Apenas parece, pois como todo artista acaba descobrindo, descobri a fonte da vida eterna, e não da eterna juventude. Apaixonado sim, louco talvez, mas posso afirmar que se existe uma fórmula para a imortalidade, digo com certeza é o dom de escrever.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A Arte (The Art)


A Arte...
"A viagem ao mundo da arte, sem limites...
Sem limites de tempo,
Sem limites geográficos,
Sem limites religiosos,
Além do alcance de guerras, conspirações e assassinatos,
Sem limites para a imaginação,
Sem limites para sede de 'tudo saber',
Ao infinito fascinante que é a nossa arte,
Que através de nós frágeis humanos, é representada ao longo dos séculos de nossa existência.
Sem limites para a fascinação a beleza que é a arte".
                                                                                     Sidney Leal

The Art ...
"The trip to the art world without limits ...
No time limits,
No geographical boundaries,
No religious boundaries,
Beyond the reach of wars, conspiracies and murders,
No limits to the imagination,
No limits for headquarters 'all knowing',
Infinitely fascinating is our art,
That through us fragile humans is represented throughout the centuries of our existence.
Boundless fascination for the beauty that is art. "
Sidney Leal

terça-feira, 16 de abril de 2013

"I CUT KNIFE AND CUT ME WITH BREAD..."


     "I cut out the knife and cut myself with the bread. Mil drops of blood scattered on the ground. Nothing makes sense... Falling eye to the sky where the disappointment comes from not thinking my dissatisfaction with my story and without gray segment. But I try to fool me satisfaction, and then deceived and deceiving all those who are talking of emptiness cleared through this life, finite and degraded. For those who do not know everything perishes, and just rots. That in the end nothing made ​​sense, and then follow that by lying?

     I cut out the knife and cut myself with the bread. Mil drops of blood scattered on the ground. Nothing makes sense ... It's been hours that follow this dilemma, not knowing that my blood oozing follows the rhythm of the crooked planks pies the ground floor where, and where I am now hoping that fell was fading even in poor ground that it does not make sense to me... My life.

     I cut out the knife and cut myself with the bread. Mil drops of blood scattered on the ground. Nothing makes sense ... I'm smiling now, because the unsteady beat of my heart follows the madness of my satisfaction I feel the tingling in my arms numb... Is that the one that was previously cut viscous one, now became two ... Moving to the other wrist after. And I honestly do not know what comes next, but I'm still happy... Because I know that at least for me doubts are in order, while not for others."
   Sidney Leal                                                                                                                          

segunda-feira, 15 de abril de 2013

domingo, 7 de abril de 2013

"A PAEAN – Edgar Allan Poe"



A PAEAN – Edgar Allan Poe
            “Morreste! E era só junho para tua alma! Ah! Não devias perecer tão linda! Tu não podias perecer ainda, morrendo assim tão calma”.


A PAEAN – Edgar Allan Poe
"You died! And it was only June for your soul! Ah! You should not perish so beautiful! You could not even perish, dying so calm”.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

"Neglect Death"


"It was the last shovelful of earth and I was tired! I dug the shovel in the pile of earth looked to the heavens as if seeking relief. The moon reflected the beads of sweat on the handle of the tool that was instrumental release my agony, the shovel was smeared with blood and dirt ... The desolation of the place even more saddened my heart stained by the pain of malice, the crime he had just committed, afraid of the punishments inflicted by those who did not know my pain - He lied! - I felt the throb inexperienced hand calluses without the practice of effort the legwork asked. I sat down at the ground then it should be holy, because on it rests those who were once great men. Sitting where I was even away could see the shadow of the imposing mausoleum of my family. I was at the bottom cemetery on the east side of his distant entrance, an evil space reserved for indigent care and suicidal, beheld a simple pit that housed that body, was too good for him.
That it was just pulled out the heavy black leather jacket, bought at Arco Verde, whose wonderful finish would be better used for those still living; Besides that could offer some resistance to the insatiable hunger of worms that fertile soil, satisfied smiles. The night cooled abruptly and the work was finished. But what was my surprise when breathless and pale horror saw telltale illuminated by momentary glare of lightning inquisitors feet of earth discovered that one day I called brother! ... "
CONTINUOUS in the book: "13 Tales - Of Dreams and Madness" from writer Sidney Leal

quinta-feira, 4 de abril de 2013

“Descaso da Morte”


"Era a última pá de terra e eu estava cansado! Cravei a pá no amontoado de terra olhei aos céus como que buscando alivio. A lua refletia as gotas de suor sobre o cabo da ferramenta que serviu de instrumento de libertação de minha agonia, a pá estava suja de sangue e terra... A desolação do lugar entristecia ainda mais meu coração manchado pela dor da maldade, pelo crime que acabava de cometer, receoso dos castigos infligidos por aqueles que não conheciam minha dor – Ele mentiu! – Sentia latejar os calos da mão inexperiente sem a pratica do esforço que o trabalho braçal pedia. Sentei–me então naquele solo que deveria ser sagrado, pois nele descansam aqueles que um dia foram grandes homens. Sentado onde estava mesmo distante podia ver a sombra imponente do mausoléu de minha família. Eu estava no fundo cemitério no lado leste de sua distante entrada, num espaço mal cuidado reservado a indigentes e suicidas, contemplei a cova simples que abrigava aquele corpo, estava muito bom para ele.
Daquele que se foi, retirei apenas o pesado casaco de couro preto, comprado em Arco Verde, cujo maravilhoso acabamento seria melhor aproveitado por aqueles que ainda vivem; Além do que poderia oferecer alguma resistência a fome insaciável dos vermes daquele solo fértil, sorri satisfeito. A noite esfriava bruscamente, e o trabalho tinha terminado. Mas qual não foi minha surpresa quando ofegante, e pálido de terror vi iluminado pela claridade momentânea denunciadora dos relâmpagos inquisidores os pés descobertos de terra daquele que um dia chamei de irmão!.."
CONTÍNUA no livro: "13 Contos - Da Loucura e dos Sonhos" do escritor Sidney Leal